QUAIS PRÁTICAS DE REABILITAÇÃO ESTÃO SENDO OFERECIDAS PARA CRIANÇAS COM SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA? UM ESTUDO DE MAPEAMENTO
Tradução do Conhecimento; Síndrome Congênita do Zika; Microcefalia; Fisioterapia; Terapia Ocupacional; Classificação Internacional de Funcionalidade e Incapacidade e Saúde (CIF).
Introdução: Atualmente, mais de 3 mil crianças diagnosticadas com Síndrome Congênita do Zika (SCZ) devem receber acompanhamento de reabilitação nos serviços especializados, públicos e privados distribuídos pelo Brasil, entretanto, não se sabe se as intervenções utilizadas são baseadas em evidências científicas, e se o modelo de cuidado prestado às crianças com a SCZ considera o uso da Classificação Internacional de Funcionalidade e Incapacidade e Saúde (CIF). Neste sentido, o estudo objetivou mapear as práticas atuais em reabilitação realizadas em crianças com a SCZ por profissionais de fisioterapia e terapia ocupacional do Brasil. Método: Estudo transversal realizado através de um questionário online dirigido a profissionais que prestam assistência às crianças com a SCZ. Posteriormente, os dados coletados foram analisados por meio de estatística descritiva. Resultados: Cento e dezesseis profissionais (76 fisioterapeutas e 37 terapeutas ocupacionais) de reabilitação participaram do estudo, sendo a maioria do sexo feminino, fisioterapeutas, com tempo de experiência superior a 10 anos no tratamento de crianças. No total, 56% informaram utilizar evidência científica para guiar sua intervenção. Quanto ao tipo de tratamento, o Bobath foi a intervenção mais citada pelos fisioterapeutas (n=22) e a Integração Sensorial (n=9) pelos terapeutas ocupacionais. Ainda, 66,4% dos profissionais afirmaram não considerar a CIF durante a avaliação e intervenção das crianças. Conclusão: Os achados desse estudo sugerem que podem ser necessárias estratégias de tradução do conhecimento e treinamento profissional para a implementação de práticas baseadas em evidências para garantir a melhoria da qualidade da assistência às criancas com SCZ.