ANÁLISE DO BEM-ESTAR E A FUNCIONALIDADE DE MULHERES RESIDENTES EM SANTA CRUZ-RN POR MEIO DO INSTRUMENTO MODEL DISABILITY SURVEY (MDS) - Brasil
Palavras-chave: Bem-estar Subjetivo. Saúde da Mulher. Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Funcionalidade. Inquérito de Saúde.
Introdução: O bem-estar é caracterizado por um construto multifatorial e multidimensional e representa as condições e avaliação do indivíduo frente a percepção e satisfação geral com sua própria vida mediante fatores objetivos e subjetivos. Nas mulheres, fatores como a desigualdade de gênero, baixo auto-estima, tripla jornadas de trabalho, presença de doenças crônicas, dentre outros, podem acarretar prejuízos a sua saúde e bem-estar. Objetivo Geral: Analisar o bem-estar e a funcionalidade de mulheres residentes em Santa Cruz-RN por meio do instrumento Model Disability Survey (MDS)-Brasil. Objetivo Artigo 01: realizar a comparação do bem-estar das mulheres e a funcionalidade para os aspectos de mobilidade e funções do corpo por meio do instrumento Model Disability Survey (MDS)-Brasil. Objetivo artigo 02: Comparar o bem-estar e a atividade e participação de mulheres por meio do instrumento MDS-Brasil. Métodos: Estudo transversal de base populacional, realizado a partir de dados de uma pesquisa maior através da aplicação do instrumento MDS. A amostra foi composta por um total de 385 mulheres, que aceitaram participar da pesquisa, com idade de 19 a 88 anos, foram excluídas mulheres para o domínio funções do corpo e atividades e participação em virtude do elevado número de respostas incompletas. As variáveis analisadas foram itens sociodemográficos e econômicos, módulo de funcionalidade e módulo de bem-estar, sendo este último dividido em qualidade de vida, solidão e bem-estar. Foram realizadas análises descritivas utilizando média e desvio padrão, frequências simples e relativas, prevalências e intervalos de confiança, assim como, análise inferencial comparativa através do Kruskall Wallis e Mann Whitney, para a normalidade o teste Kolmogorov-Smirnov (K-S). Resultados Artigo 01: As mulheres apresentaram uma média de idade de 50,36, a maioria relatou ter parceiro (51,4%%), cor/raça parda(44,7%) e não ter trabalho(45,2%). A qualidade de vida geral foi avaliada em boa (49,4%), a maioria relatou estar satisfeita ou muito satisfeita com sua capacidade de desempenhar as atividades de vida diária, consigo mesmo, relações pessoais e condições do local de moradia, principalmente com suas relações (67,5%) e insatisfeitas com a saúde (41%). Menos da metade referiu ter total energia para o dia a dia (42,3%) e dinheiro suficiente (23,1%). Para a solidão, nunca: se sentem sozinhas (55,6%), falta de companhia (54,8%), abandonadas (81,8%) e isoladas dos outros (78,7%). Quanto ao bem-estar, menos da metade das mulheres referiram ter muita: felicidade, entusiasmo e disposição no dia anterior e a maioria disse não ter sentido raiva, frustração, tristeza, estresse, solidão, preocupação, tédio e dor, já o cansaço a maioria das mulheres tiveram sensação de cansaço (57,4%). Mulheres com qualidade de vida ruim ou muito ruim, insatisfeitas e muito insatisfeitas, com mais sentimentos negativos de bem-estar e solidão (G3) apresentaram escores mais altos de incapacidade em relação aos aspectos de mobilidade e funções do corpo com ( p=0,000) na maioria. Para os sentimentos positivos de bem-estar observou que mulheres do G1(nem um pouco) possuem maior incapacidade para aspectos de mobilidade e funções do corpo com ( p=0,000). Artigo 02: Participaram deste estudo 359 mulheres, a maioria das mulheres tinham idade entre 22 a 45 anos (39,2%), união estável/casada (51,4%), eram preta/pardas/outras (62,1%). A maioria tinha qualidade de vida boa ou muito boa (N=232], estavam satisfeitas com sua autopercepção dos aspectos da qualidade de vida, e tinham um pouco ou mais ou menos de dinheiro (N=131). A soma do sentir um pouco, mais ou menos, muito ou com frequência sozinhas (N=155) ou com falta de companhia (N=157) resulta em quase metade da amostra com presença desse sentimentos, A a maioria da mulheres possuem sentimentos positivos de bem-estar, e não referem sentimentos negativos, todavia para o cansaço menos da metade não se sentiram cansadas (N=150). Quanto ao nível de incapacidade observa-se diferenças estatísticas significativas na comparação entre os três grupos de qualidade de vida, solidão e bem-estar sendo a maioria p¹=0,000. Observou-se também que mulheres com qualidade de vida nem boa nem ruim e nem satisfeitas nem insatisfeitas (G2), como também, ruim ou muito ruim e insatisfeitas ou muito insatisfeitas (G3) possuem maior incapacidade do que o G1 com p¹=0,000 exceto para condições de moradia. Isto também repecurte para os sentimentos de solidão, mulheres do G2 e G3 tem maior incapacidade que o G1 em grande parte com p¹=0,000. Para os sentimentos positivos de bem-estar, verificar menor incapacidade para o G3, já para os negativos o G3 apresenta maior incapacidade. Conclusão: Em conclusão, a maioria das mulheres relataram boa qualidade de vida e satisfação, não apresentam sentimentos negativos e possuem sentimentos positivos e bem-estar, todavia, ainda há mulheres com presença de fatores que afetam negativamente o bem-estar e a funcionalidade nos aspectos mobilidade, funções do corpo e atividades e participação dessas mulheres. Observa que quanto pior a avaliação dos aspectos de qualidade de vida, solidão e bem-estar, maior é o escore de incapacidade. Aquelas com qualidade de vida ruim ou muito ruim, insatisfeitas e com sentimentos de solidão, mais cansaço, dor, preocupação, entre outros, possuem maior incapacidade em relação às funções do corpo, mobilidade e atividades e particião com consequente pior comprometimento da funcionalidade.